TV e OTT são complementares e caminharão de mãos dadas



Os grandes players já sabem que o digital é estratégico para os negócios

O OTT vai acabar com a TV? Na avaliação de Everton Alves, diretor comercial da Samba Tech e diretor de Plataformas da Abott's, haverá convivência pacífica entre a TV e os novos meios digitais, por muito tempo porque que são complementares, aponta ele. “A TV sempre será uma saída em massa para as pessoas, sempre vai ter um público, e o OTT e os serviços pela Internet serão uma forma a mais para se assistir conteúdo”.

O diretor de Plataforma da Abott’s participou do painel OTT – Anytime, Anywhere, Any Device, moderado por Gilvani Moletta no Congresso SET 2018, onde debateu os impactos do Over-The-Top sobre o mercado de TV e como o setor está evoluindo para que as pessoas possam assistir conteúdo de várias maneiras e também garantir a sua monetização. Depois, participou de uma entrevista ao vivo pelo Facebook para Fernando Moura, editor da Revista SET.

“Gosto de fazer analogia com a distribuição cinematográfica: por mais que o online tenha avançado muito, ainda existe um público muito grande que vai ao cinema, assim como tem um público muito grande que assina pacotes premium de TV a cabo. As formas de assistir conteúdo serão sempre complementares e as TVs tradicionais sabem disso e estão aproveitando isso. A Globo tem o Globo Play para OTT e a Record acabou de lançar o seu Play Plus. Estes meios – TV e OTT - irão caminhar de mãos dadas”, afirma ele.

Para o executivo, não importa para o usuário como ele está vendo o conteúdo, seja em uma TV ou smartphone. O que lhe interessa é o conteúdo. “O usuário pode ver um conteúdo no carro durante uma viagem, chegar em casa e ligar a TV para continuar assistindo ou vai para o Youtube rever o seu programa. Para o usuário é uma coisa só, linear. Esta é uma maneira de gerar e agregar valor e deve ser aproveitada. A gente vê emissoras de TVs que estão testando ‘pílulas’ de conteúdo para esta aproveitar esta nova fórmula de transmissão audiovisual online, que serve para fidelizar o usuário”.

Como nascem os projetos na convergência digital

Everton Alves tem acompanhado o nascimento de diversos projetos que combinam o tradicional e o digital. De acordo com ele, as emissoras queriam pisar devagar neste cenário de OTT porque não sabiam direito se o Youtube, por exemplo, seria um concorrente ou um "amigo", que iria trazer mais audiência. "Hoje os grandes players estão muitos maduros em relação ao OTT e sabem que o digital é uma estratégia importante. Até lembro de uma declaração do Silvio Santos: ‘o futuro da TV passa pela Internet’. Hoje, quando a gente tem um novo projeto, as discussões são mais sobre modelos de negócios, que público se vai atingir etc.