O futuro da TV está no OTT



Se a TV não entregar aquilo que o usuário quer: a possibilidade de ver seu conteúdo preferido a qualquer hora, lugar e por meio de qualquer dispositivo, ela perderá, cada vez mais, assinantes. Por isso, o futuro da TV está no Over-The-Top, o OTT, afirma o vice-presidente da Associação Brasileira de OTT - Abott's, Claudio Lessa, que participou do painel sobre Semiosfera Televisiva no Congresso da SET Brasil 2018. Depois do painel, ele também teve  uma conversa online pelo Facebook com os demais colegas de bancada, onde pode enfatizar a sua análise. "As pessoas estão buscando maior conectividade e mobilidade. Por esta razão, muitos players, como a Globo e a Record, entre outras estão lançando suas plataformas de OTT. Este novo mercado é desafiador, por esta razão, vem provocando muitos debates ", afirma ele.

A análise de Claudio Lessa está apoiada nos mais recentes números divulgados pela ANATEL: em um ano, as operadoras de TV por assinatura perderam 938,7 mil clientes em um ano, segundo dados enviados pelo setor para a Agência, o que levou o país a encerrar 2017 com 17,9 milhões assinantes de serviços de TV, uma queda de 4,99%. Em contrapartida, os serviços de streaming conquistam mais clientes, sendo que a Netflix possui 109 milhões de assinantes em 190 países. Estima-se que o Brasil seja o terceiro maior mercado da empresa e onde o serviço tem a assinatura mais barata, de acordo com uma pesquisa do Comparitech . O preço (US$ 5,36) é menor do que nos EUA (U$ 7,99), Canadá (US$ 6,90) e Reino Unido (US$ 7,87).


O apoio da Abott's às TV rumo ao OTT: quanto menos regulação, melhor

Criada em março deste ano, a Abott's vê no OTT a alternativa para o mercado de TV. Segundo Claudio Lessa, a entidade vem reunindo empresas, profissionais e pesquisadores para debater os rumos do setor e aponta a regulamentação do mercado como uma das preocupações: "Não desejamos que o excesso de regulamentação venha barrar a criação de novos serviços e empresas. “O setor não pode ser prejudicado por decisões equivocadas, muitas vezes tomadas por legisladores que não tem noção de como o setor funciona. A Abott’s está justamente trabalhando para ajudar neste debate e fazer a ponte entre o setor e os legisladores e governo”.